O treino do pé não dominante melhora as capacidades em jogadores de futebol palestinianos com menos de 13 anos: um ensaio clínico randomizado
DOI:
https://doi.org/10.47197/retos.v70.116800Palavras-chave:
Treino motor bilateral, aquisição de competências no futebol, assimetria motora, ensaio clínico randomizado, atletas jovensResumo
Introdução e Objectivo. O treino estruturado com o pé dominante continua a ser uma estratégia subutilizada no futebol juvenil, apesar do seu potencial para reduzir as assimetrias funcionais e melhorar a competência bilateral. A capacidade de executar habilidades técnicas com ambos os pés é essencial para um desempenho mais versátil e equilibrado. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de um programa específico de treino com o pé não dominante nas capacidades técnicas de jogadores de futebol palestinianos com menos de 13 anos de idade.
Metodologia. Foi realizado um ensaio clínico randomizado com 30 jogadores (idade média = 10,47 ± 0,97 anos), aleatoriamente designados para um grupo experimental (n = 15) ou para um grupo de controlo (n = 15). O grupo experimental completou 16 sessões distribuídas ao longo de oito semanas, com foco na corrida de campo, corrida em ziguezague e lançamentos com o pé dominante. O grupo de controlo continuou com o treino bilateral convencional. As avaliações pré e pós-intervenção incluíram o Teste de Passe de Futebol de Loughborough (fiabilidade: r = 0,89), o tempo de resgate em ziguezague e os testes de precisão dos lançamentos.
Resultados. O grupo experimental apresentou melhorias significativas em todas as variáveis avaliadas: precisão de passe (de 4,20 ± 1,37 para 6,40 ± 1,12; t(14) = −7,06, p < 0,001), tempo de drible (de 16,80 ± 1,97 s para 12,13 ± 2,19 s; t(14) = 10,78, p < 0,001) e precisão de remate. Em contraste, o grupo controlo não apresentou melhorias estatisticamente significativas (p > 0,05). As comparações entre os grupos pós-intervenção confirmaram diferenças significativas a favor do grupo experimental (p < 0,001).
Conclusões. Este estudo fornece fortes evidências empíricas que apoiam a inclusão sistemática do treino bilateral nos programas de treino de futebol juvenil. Os benefícios observados nas competências específicas sugerem que esta intervenção pode contribuir para o desenvolvimento técnico equilibrado dos jovens jogadores. Recomenda-se mais investigação longitudinal para avaliar os efeitos sustentáveis do treino bilateral no desempenho competitivo e na prevenção de lesões.
Referências
Alficandra, A., Henjilito, R., & Makorohim, M. F. M. (2022). Effect of exercise method and eye-foot coordination on passing accuracy Ps. UIR. JUARA Jurnal Olahraga, 7(3), 641–649.
Ali, A., Williams, C., Hulse, M., & Strudwick, A. (2007). Reliability and validity of two tests of soccer skill. Journal of Sports Sciences, 25(13), 1461–1470.
Ardiansyah, A., Wahyudin, D., Ramdani, Z., & Putra, R. (2024). Integrated training plan for youth soccer players: Focus on SABC. Retos, 53. https://doi.org/10.47197/retos.v53.102317
Arslan, C., Yildiz, A., & Ayhan, C. (2020). The effect of goal-oriented shooting training on football pla-yers’ shooting accuracy and biomechanics. European Journal of Physical Education and Sport Science, 6(9), 33–42.
Başkaya, G., Ünveren, A., & Karavelioğlu, M. B. (2023). The effect of static and dynamic core exercises on motor performance and football-specific skills of football players aged 10–12. Gazi Beden Eğitimi ve Spor Bilimleri Dergisi, 28(1), 63–72.
Ben Kahla, A., Elghoul, Y., Ammar, A., Masmoudi, L., Trabelsi, K., Glenn, J. M., & Dahmen, R. (2022). Bilateral training improves agility and accuracy for both preferred and non-preferred legs in young soccer players. Perceptual and Motor Skills, 129(6), 1804–1825.
Bigoni, M., Frizziero, A., Olmedilla, A., Cappellari, A., & Visentini, P. (2017). Balance in young male soc-cer players: Dominant versus non-dominant leg. Sport Sciences for Health, 13(3), 587–594.
Cè, E., Longo, S., Paleari, E., Riboli, A., Limonta, E., Rampichini, S., Coratella, G., & Esposito, F. (2018). Evidence of balance training induced improvement in soccer specific skills in U11 soccer pla-yers. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 28(11), 2443–2456.
Carroll, T. J., Herbert, R. D., Munn, J., Lee, M., & Gandevia, S. C. (2006). Contralateral effects of unilate-ral strength training: Evidence and possible mechanisms. Journal of Applied Physiology, 101(5), 1514–1522.
Cohen, J. (1988). Statistical power analysis for the behavioral sciences (2nd ed.). Lawrence Erlbaum Associates.
Dwyer, D. B., & Young, C. M. (2024). Shots at goal in Australian Football: Historical trends, determi-nants of accuracy and common strategies. Journal of Science and Medicine in Sport, 27(5), 354–359.
Ericsson, K. A., & Harwell, K. W. (2019). Deliberate practice and proposed limits on the effects of prac-tice on the acquisition of expert performance: Why the original definition matters and recom-mendations for future research. Frontiers in Psychology, 10, 2396.
Ford, P. R., Ward, P., Hodges, N. J., & Williams, A. M. (2011). The role of deliberate practice and play in career progression in sport: The early engagement hypothesis. High Ability Studies, 22(1), 65–75.
Gentile, A. M. (1972). A working model of skill acquisition with application to teaching. In J. H. Carr, M. N. Shepherd, J. Gordon, & A. M. Gentile (Eds.), Movement science: Foundations for physical the-rapy in rehabilitation (pp. 93–154). Harper & Row.
Gür, E. (2008). Effects of training on non-dominant legs of young players. Sport Science, 3(1), 42–49.
Hammami, R., Aliani, L., Gargallo, P., Rebai, H., Gene-Morales, J., & Colado, J. C. (2024). The effects of three types of balance training programs on measures of balance and muscle power in prepu-bertal children: A randomized controlled trial. Journal of Science and Medicine in Sport, 27(1), 45–56.
Hintermann, M., Giordano, A., Calzolari, A., & Fassina, A. (2021). Improving dominant and non-dominant player actions through 4v4 match formats. PLOS ONE, 16(7), e0254900.
Kim, H. Y. (2013). Statistical notes for clinical researchers: Assessing normal distribution (2) using skewness and kurtosis. Restorative Dentistry & Endodontics, 38(1), 52–54.
Križaj, J. (2020). Relationship between agility, linear sprinting, and vertical jumping performance in Slovenian elite women football players. Human Movement, 21, 78–84.
Lipecki, K. (2017). Training non-dominant leg to reduce limb asymmetry. Human Movement, 18(1), 42–49.
Lloyd, R. S., & Oliver, J. L. (2012). The youth physical development model: A new approach to long-term athletic development. Strength and Conditioning Journal, 34(3), 61–72.
Moore, S. A., McKay, H. A., Macdonald, H., Nettlefold, L., Baxter-Jones, A. D., Cameron, N., & Faulkner, R. A. (2015). Enhancing a somatic maturity prediction model. Medicine & Science in Sports & Exercise, 47(8), 1755–1764.
Palestinian Ministry of Youth and Sports. (2022). Annual report on youth football training infrastructu-re in Palestine. General Directorate of Sports Affairs.
Pietsch, S., & Jansen, P. (2018). Laterality-specific training improves mental rotation. Frontiers in Psychology, 9, 220.
Sánchez Sánchez, J., Molinero, O., & Yagüe Cabezón, J. M. (2012). Incidencia de dos metodologías de entrenamiento-aprendizaje sobre la técnica individual de futbolistas de 6 a 10 años de edad (Effects of two training-learning methodologies on the individual technique of players from 6 to 10 years old). Retos, 22, 29–32. https://doi.org/10.47197/retos.v0i22.34580
Schmidt, R. A., Lee, T. D., Winstein, C. J., Wulf, G., & Zelaznik, H. N. (2019). Motor control and learning: A behavioral emphasis (6th ed.). Human Kinetics.
Selcuk, M., Ziyagil, A. M., & Sener, O. (2019). The effect of unilateral and bilateral foot dominance on sprinting speed of young athletes. Journal of Education and Training Studies, 7(4), 187–192.
Seo, S.-W., & Lee, H.-S. (2018). Complex physical training on football performance. Korean Journal of Sport Science, 29(1), 49–64.
Silva, A. F., Oliveira, R., & González, J. R. (2022). Difference between preferred and non-preferred leg in peak speed, acceleration, and deceleration variables and their relationships with the change of direction deficit. Scientific Reports, 12, 21440.
Sousa, H. J., Gouveia, Élvio R., Marques, A., Sarmento, H., Lopes, H., & Ihle, A. (2021). El efecto de los juegos reducidos de fútbol equilibrado versus desequilibrado en la toma de decisiones de los jugadores de fútbol Juvenil (The effect of balanced versus unbalanced football small-sided ga-mes on decision-making in youth football players). Retos, 42, 744–749. https://doi.org/10.47197/retos.v42i0.88052
Teixeira, L. A., Ruffino, C., & Papaxanthis, C. (2021). Laterality in motor control: Implications for motor learning and rehabilitation. Journal of Human Kinetics, 77, 5–17.
Trecroci, A., Milanović, Z., Rossi, A., Savino, M., Perri, E., & Alberti, G. (2019). Change of direction asymmetry across different age categories in youth soccer. PeerJ, 8, e9486.
UNESCO. (2022). Youth and sport in Palestine: Infrastructure and policy report. United Nations Educa-tional, Scientific and Cultural Organization. https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000379657
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Hamza Abdelqader Maraba, Aseel M. A. Qadi, Jamal Abubshara, Nidal O. H. Alqasem, Mohamed Chedly Ajlil
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e assegurar a revista o direito de ser a primeira publicação da obra como licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite que outros para compartilhar o trabalho com o crédito de autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Os autores podem estabelecer acordos adicionais separados para a distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado na revista (por exemplo, a um repositório institucional, ou publicá-lo em um livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- É permitido e os autores são incentivados a divulgar o seu trabalho por via electrónica (por exemplo, em repositórios institucionais ou no seu próprio site), antes e durante o processo de envio, pois pode gerar alterações produtivas, bem como a uma intimação mais Cedo e mais do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) (em Inglês).
Esta revista é a "política de acesso aberto" de Boai (1), apoiando os direitos dos usuários de "ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar, ou link para os textos completos dos artigos". (1) http://legacy.earlham.edu/~peters/fos/boaifaq.htm#openaccess
