Vigorexia: alerta para a área da Educação Física (Muscle dysmorphia: alert for the area of Physical Education) (Vigorexia: alerta para el área de Educación Física)

Autores

  • Rafael Guimarães Botelho Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0003-0863-262X
  • Wagner Wey Moreira Universidade Federal do Triângulo Mineiro

DOI:

https://doi.org/10.47197/retos.v46.95143

Palavras-chave:

Vigorexia, Ejercicio Físico, Cuerpo, Educación Física, Currículo Escolar

Resumo

Este escrito apresentou duplo objetivo: discutir aspectos teóricos da vigorexia e alertar para a necessidade deste tema ser incluído no currículo escolar da Educação Física. Para tanto, foi realizada uma análise das publicações sobre vigorexia de autores que mais disseminaram o tema. Resultados: a vigorexia é uma síndrome em que a pessoa, apesar de ter o corpo musculoso, não acredita ou não se enxerga, suficientemente, musculosa. Principais características: alteração na percepção a respeito da musculatura; a pessoa se enxerga pequena; obsessão com a musculatura; exagero com a hipertrofia muscular; busca pelo “corpo perfeito”, com músculos fortes e torneados; rotina intensiva, exaustiva, exagerada, longa e incorreta de exercícios físicos; uso de anabolizantes, apesar de estar ciente das suas consequências; a pessoa abandona atividades sociais para praticar exercícios físicos; não viaja antes de se certificar da existência de academias no local para onde se deslocará; e a pessoa continua a se exercitar, com receio de diminuir a massa muscular, mesmo após ter sofrido uma lesão. Com relação à inclusão no currículo, foram discutidas propostas de elaboração e de utilização de materiais, a correlação com os anabolizantes, além da compreensão do tema pelo fenômeno Corpo/Corporeidade. Considerações finais: é imprescindível que docentes de Educação Física estejam vigilantes para a vigorexia e abertos ao trabalho interdisciplinar, integrando diferentes componentes curriculares na produção de materiais e na abordagem do tema.

Palavras-chave: Vigorexia, Exercício Físico, Corpo, Educação Física, Currículo Escolar.

 

Abstract. This paper had a double aim: to discuss theoretical aspects of muscle dysmorphia and to draw attention to the need for this topic to be included in the Physical Education curriculum. For this purpose, an analysis of publications on muscle dysmorphia by authors who have spread the subject the most was carried out. Results: muscle dysmorphia is a syndrome in which the person, despite having a muscular body, does not believe or does not see himself, muscular enough. Muscle dysmorphia has as main characteristics: alteration in the perception about the musculature; the person sees himself as small; obsession with musculature; exaggeration with muscle hypertrophy; search for the “perfect body”, with strong and toned muscles; intensive, exhausting, exaggerated, long and incorrect exercise routine; use of anabolic steroids, despite being aware of their consequences; the person abandons social activities to practice physical exercise; does not travel before making sure there are gyms in the place where he will go; and the person continues to exercise, afraid of losing muscle mass, even after suffering an injury. With regard to inclusion in the curriculum, proposals for the development and use of materials were discussed, in addition to the correlation with anabolic steroids, in addition to the understanding of the theme through the Body/Corporeality phenomenon were discussed. Final considerations: it is essential that Physical Education teachers are vigilant for muscle dysmorphia and open to interdisciplinary work, integrating different curricular components in the production of materials and in the approach to the topic.

Keywords: Muscle dysmorphia, Physical Exercise, Body, Physical Education, School curriculum.

 Resumen. Este texto tuvo doble objetivo: discutir aspectos teóricos de la vigorexia y alertar sobre la necesidad de incluir este tema en el currículo escolar de la Educación Física. Para ello, se realizó un análisis de las publicaciones sobre vigorexia de los autores que más han diseminado el tema. Resultados: la vigorexia es un síndrome en el que la persona, a pesar de tener un cuerpo musculoso, no se cree o no se ve a sí mismo, suficientemente, musculosa. Principales características: alteración en la percepción sobre la musculatura; la persona se ve a sí misma como pequeña; obsesión por la musculatura; exageración con hipertrofia muscular; busca el “cuerpo perfecto”, con músculos fuertes y tonificados; rutina de ejercicios físicos intensiva, agotadora, exagerada, larga e incorrecta; utilización de esteroides anabólicos, aunque sea consciente de sus consecuencias; la persona abandona las actividades sociales para practicar ejercicio físico; no viaja sin antes asegurarse de la existencia de gimnasios en el sitio en donde se trasladará; y la persona, aunque esté lesionada, sigue ejercitándose con miedo de disminuir la masa muscular. Con relación a la inclusión en el currículo escolar, se discutieron propuestas de elaboración y de utilización de materiales, la correlación con los esteroides anabólicos, además de la comprensión del tema bajo el fenómeno Cuerpo/Corporeidad. Consideraciones finales: es imprescindible que los docentes de Educación Física estén vigilantes al tema de la vigorexia y abiertos al trabajo interdisciplinario, integrando diferentes asignaturas en la producción de materiales y en la contextualización del tema.

Palabras clave: Vigorexia, Ejercicio Físico, Cuerpo, Educación Física, Currículo Escolar.

Biografias Autor

Rafael Guimarães Botelho, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

Pós-Doutorando pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Bolsista do CNPq - Brasil (processo no 100172/2021-0)

Wagner Wey Moreira, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Wagner Wey Moreira

Bolsista do CNPq - Brasil (processo no 308262/2018-2)

Referências

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5) (5th ed.). Porto Alegre: Artmed.

Associação Brasileira de Psiquiatria. (2015). Vigorexia. Narração e edição: Diego Schueng. 1 vídeo (1 min 15 s). Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=_heY2q8VfDY.

Botelho, R. G. (2019). Barbie e Docinho de Morango: O modelo de corpo difundido na literatura infantil com temática relacionada à educação física. In: Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa, 17. Fortaleza. Anais [...]. Fortaleza: EdUECE. v. 2, 699-706.

Botelho, R. G., & Moreira, W. W. (2020). Os modelos corporais e a educação física: Temas para o currículo escolar. Cadernos de Educação Básica, 5(4), out./dez., 132-141. Recuperado de https://www.cp2.g12.br/ojs/index.php/cadernos/article/view/3230/2007.

Botelho, R. G., & Oliveira, C. da C. de. (2015). Literaturas branca e cinzenta: Uma revisão conceitual. Ciência da Informação, 44(3), 501-513, set./dez. Recuperado de http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1804/3251.

Choi, P. Y. L., Pope Jr., H. G., & Olivardia, R. (2002). Muscle dysmorphia: A new syndrome in weightlifters. British Journal of Sports Medicine, 36(5), oct., 375-376.

Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES). (2022). Catálogo de teses e dissertações. Brasília, DF. https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/

Dezan, F. F. (2011). Corpos modernos e vigorexia na rede social virtual: Ideais midiáticos e suas influências na imagem corporal masculina [Dissertação de mestrado não publicada]. Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Campus Rio Claro.

Emiro Restrepo, J., Castañeda Quirama, T., & Cuartas Montoya, G. P. (2021). Propiedades psicométricas de la escala de dependencia al ejercicio-revisada (EDS-R) en usuarios colombianos de gimnasios. Retos: Nuevas Tendencias en Educación Física, Deportes y Recreación, 41, 3. trim., 782-790. https://doi.org/10.47197/retos.v41i0.86228

Gallo, S. (2006). Corpo ativo e filosofia. In: W. W. Moreira (Org.), Século XXI: A era do corpo ativo (9-30). Campinas: Papirus.

Kanayama, G., Hudson, J. I., & Pope Jr., H. G. (2020). Anabolic-androgenic steroid use and body image in men: A growing concern for clinicians. Psychotherapy and Psychosomatics, 89(2), feb., 65-73. https://doi.org/10.1159/000505978

Le Breton, David. (2013). Adeus ao corpo: Antropologia e sociedade (6 ed.). Campinas: Papirus.

Lopes, M. V. (2014). Vigorexia: Entre o vício, a saúde e o estilo de vida [Dissertação de mestrado não publicada]. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

McArdle, W. D.; Katch, F. I., & Katch, V. L. (2016). Fisiologia do exercício: Nutrição, energia e desempenho humano (8 ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Moreira, W. W. (2019). Merleau-Ponty na sala de aula e na beira do campo: Contribuições para a área da educação física/esportes. In: T. P. da Nóbrega & I. de O. Caminha (Orgs.). Merleau-Ponty e a educação física (21-37). São Paulo: LiberArs.

Moreira, W. W., & Simões, R. (2016). Educação física, esporte e corporeidade: Associação indispensável. In: W. W. Moreira & V. L. Nista-Piccolo (Orgs.), Educação física e esporte no século XXI (133-149). Campinas: Papirus.

Nista-Piccolo, V., & Moreira, W. W. (2012). Esporte para a vida no ensino médio. Colaboração no repertório de atividades de: Evando Carlos Moreira, Alessandra Andrea Monteiro e Raquel Stoilov Pereira. São Paulo: Telos. (Coleção Educação Física Escolar).

Olivardia, R., Pope Jr., H. G., Borowiecki III, J. J., & Cohane, G. H. (2004). Biceps and body image: The relationship between muscularity and self-esteem, depression, and eating disorder symptoms. Psychology of Men & Masculinity, 5(2), jul., 112-120.

Pope Jr., H. G., Gruber, A. J., Choi, P., Olivardia, R., & Phillipis, K. A. (1997). Muscle dysmorphia: An underrecognized form of body dysmorphic disorder. Psychosomatics, 38(6), nov./dec., 548-557.

Pope Jr., H. G., Katz, D. L., & Hudson, J. I. (1993). Anorexia nervosa and “reverse anorexia” among 108 male bodybuilders. Comprehensive Psychiatry, 34(6), nov./dec., 406-409.

Pope Jr., H. G., Phillipis, K. A., & Olivardia, R. (2000). O Complexo de Adônis: A obsessão masculina pelo corpo. Rio de Janeiro: Campus.

Prieto Andreu, J. M. (2022). Runnorexia: Una revisión sobre la adicción al ejercicio físico en corredores. Retos: Nuevas Tendencias en Educación Física, Deportes y Recreación, 43, 1. trim., 223-232. https://doi.org/10.47197/retos.v43i0.88503

Ruiz-Juan, F., Zarauz Sancho, A., & Arufe Giráldez, V. (2019). Adicción al atletismo en veteranos: Un estudio con variables psicológicas y hábitos de entrenamiento. Retos: Nuevas Tendencias en Educación Física, Deportes y Recreación, 35, 1. sem., 201-207. https://doi.org/10.47197/retos.v0i35.67472

Simón-Grima, J., San Martín-Salvador, A., Estrada-Marcén, N., & Casterad-Seral, J. (2021). Relación entre la adicción al ejercicio, el uso de dispositivos fitness y la ansiedad rasgo. Retos: Nuevas Tendencias en Educación Física, Deportes y Recreación, 39, 1. sem., 525-531. https://doi.org/10.47197/retos.v0i39.80078

Stein, F. L. P. (2020). Mulheres, corpos e vigorexia: Análise da rede discursiva nas produções científicas [Tese não publicada]. Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande.

Downloads

Publicado

2022-09-28

Como Citar

Guimarães Botelho, R., & Wey Moreira, W. (2022). Vigorexia: alerta para a área da Educação Física (Muscle dysmorphia: alert for the area of Physical Education) (Vigorexia: alerta para el área de Educación Física). Retos, 46, 980–986. https://doi.org/10.47197/retos.v46.95143

Edição

Secção

Artigos de caráter científico: trabalhos de pesquisas básicas e/ou aplicadas.