Complexos de jogo no voleibol feminino: como o sequenciamento se constitui a partir do nível do confronto?
DOI:
https://doi.org/10.47197/retos.v72.117032Palavras-chave:
Análise de desempenho, Complexos de jogo, Estruturação ofensiva, Voleibol femininoResumo
Introdução e Objetivo. A análise de jogo nos esportes é uma ferramenta essencial para identificar parâmetros de sucesso das equipes, permitindo a estruturação e a adaptação dos treinamentos conforme as demandas competitivas. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar o sequenciamento dos complexos de jogo no voleibol feminino, considerando os diferentes níveis de confronto na Superliga 2021/2022.
Metodologia. A amostra foi composta pela observação de 135 dos 148 jogos disputados (91%) durante a competição. As variáveis analisadas foram o complexo de jogo (K) e o efeito do complexo (3 – ponto, 2 – continuidade, 1 – bloqueio do ataque e 0 – erro). As análises foram realizadas de acordo com o nível do confronto (Alto, Intermediário e Baixo). Para alcançar o objetivo proposto, foram aplicadas análises descritivas, inferenciais (teste qui-quadrado e ajustes residuais) e análise de redes sociais utilizando a centralidade de autovetor.
Resultados. Os resultados indicaram que, independentemente do nível do confronto, a sequência K0-2 – KI – K3 foi a mais frequente. A análise de redes mostrou que os confrontos Alto vs. Intermediário apresentaram a maior centralidade, evidenciando uma forte conexão entre essas categorias de desempenho. Observou-se uma associação significativa entre o nível do confronto e o tipo de complexo (χ² = 57.964, p < 0,001), com o Complexo V associado positivamente aos confrontos de alto e intermediário desempenho. No entanto, não foi observada associação entre o nível do confronto e o efeito do complexo.
Discussão. Os achados reforçam a importância de compreender o encadeamento dos complexos de jogo como indicador da dinâmica tática e da consistência das equipes. A sequência K0-2 – KI – K3, predominante em todos os níveis, sugere que o sucesso ofensivo está fortemente relacionado à qualidade da recepção e à eficiência na transição para o ataque. O uso da análise de redes contribuiu para identificar padrões de centralidade entre diferentes níveis competitivos, destacando a importância das interações dinâmicas durante o jogo.
Conclusões. Com base nos resultados, recomenda-se que os treinamentos incorporem exercícios estruturados que enfatizem a transição K0-2 – KI – K3, simulando adversários de diferentes níveis para promover adaptabilidade tática. Essa estratégia visa fortalecer a transição recepção-ataque e preparar as equipes para ambientes competitivos variados, otimizando a eficiência e a resiliência tática no voleibol feminino de alto rendimento.
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